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Produtores debatem as vantagens e os desafios da integração lavoura-pecuária

A integração lavoura-pecuária foi tema de painel na quinta-feira, dia 5, na Expodireto Cotrijal, no auditório de Produção, com o intuito de estimular a ampliação do sistema no Estado. O evento intitulado “O que o produtor tem a dizer” foi uma promoção do Programa Juntos para Competir, da Farsul, Senar e Sebrae; Cotrijal; Sindicato Rural de Não-Me-Toque e Sindicato Rural de Carazinho. A presidente do SR de Não-Me-Toque, Teodora Lütkemeyer, participou do evento.


Três pecuaristas foram convidados para participar do encontro e relatar sobre os desafios e as vantagens do sistema. Entre eles o engenheiro-agrônomo Ricardo Copetti, de Santo Ângelo, que trabalha como o sistema integrado há quase cinco anos. Ele faz a recria e a terminação dos bovinos de corte, além de cultivar soja, trigo, milho e aveia.


– Eu estava insatisfeito com os resultados da minha atividade [produção de grãos], mesmo com mão de obra, maquinário e oferta de espaço na propriedade. Eu sempre quis mais, então tive oportunidade de conhecer o sistema e decidi implantar. Hoje os resultados são satisfatórios financeiramente – relata o produtor.


Sobre os desafios da integração, Ricardo pontua que o maior é fazer o manejo adequado das pastagens. Ele ainda acredita que a mão de obra especializada ainda é um gargalo que precisa ser trabalhado. “Grande parte do pessoal está acostumado só a trabalhar com lavoura e isso pode ser um empecilho ou uma vantagem. Tem também o desafio do clima”, explica.


A família do jovem Cassiando Pillatt, de Jóia, sempre trabalhou com gado de corte, pois era uma forma de usar as áreas que eram inapropriadas para o cultivo de grãos. Depois de conhecer o sistema, decidiram que era hora de aproveitar melhor o espaço para não repetir a situação de “vender soja para pagar a conta do trigo”, como ele mesmo diz. “Com o sistema melhorou nossa renda e, com certeza, o gado é algo que vamos fazer permanecer na propriedade, inclusive queremos aumentar o rebanho futuramente”, projeta.


O produtor Eduardo Janke, de Panambi, conheceu o sistema logo que começou na atividade de gado de corte. “Como não tínhamos muita experiência fomos convidados a participar de um encontro onde o sistema seria apresentado. Nos interessamos pelo propósito e estamos até hoje trabalhando com essa alternativa de produção e estamos contentes com os resultados”, conclui.


Antes da exposição dos cases, o professor da UFGRS e presidente da Sociedade Brasileira de Sistemas de Integrados de Produção Agropecuária (Sipa), Paulo de Faccio Carvalho, comentou sobre a realidade dessa integração no Estado. Conforme dados trazidos por Paulo, apenas 2% do espaço agricultável do país é utilizado na integração, essencialmente com pastagem e lavoura. Das propriedades brasileiras, 20% já se encontram nesse modelo de produção. Na visão do professor, é possível produzir mais por hectare com a adoção da prática.


Fonte/Foto: Rafaela Rodrigues – Novo Rural, com informações do Diário da Manhã

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