Mesmo com a evolução da atuação feminina no setor, muito trabalho existe pela frente, buscando a valorização, respeito, equidade e quebrando barreiras para a plena participação da mulher em posições de tomada de decisão e liderança, seja dentro da porteira ou junto a entidades de classe.
Neste contexto foi lançada em agosto de 2022 a Comissão Nacional das Mulheres do Agro da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), iniciando efetivamente os trabalhos em fevereiro deste ano, com o objetivo de valorizar, encorajar e preparar as mulheres do meio rural em busca de ampliar o protagonismo feminino dentro do sistema sindical.
Com três eixos de atuação - programa de fortalecimento das lideranças, criação de comissões estaduais de mulheres e representação política do Sistema CNA/Senar - a Comissão é formada por 54 representantes estaduais, uma presidente e duas vice presidentes. Dentre elas está Teodora Lütkemeyer, representando o Rio Grande do Sul.
Indicada pela Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul) para representar o Estado, Teodora é uma mulher muito ativa aos assuntos ligados ao agronegócio. Produtora rural, ela participa do gerenciamento da propriedade da família e exerce atualmente os cargos de presidente do Sindicato Rural de Não-Me-Toque, presidente do Congresso Sul-Americano de Agricultura de Precisão e Máquinas Precisas e conselheira fiscal da Farsul, além de participar de conselhos municipais ligados ao setor.
“Fico lisonjeada por ter sido indicada para representar o nosso Estado. Estou muito entusiasmada, pois acredito que as mulheres do agro têm espaço para conquistar em todas as áreas e segmentos, dentro e fora da porteira. Quero através das experiências a serem compartilhadas na comissão, estimular a promoção de ações que fortaleçam essa participação feminina no agronegócio gaúcho”, relatou Teodora.
Para discutir a realidade dos grupos de mulheres nos estados e a agenda estratégica do colegiado para 2023, a Comissão se reuniu nesta segunda (20), na sede da entidade, em Brasília.
No encontro, a presidente da Comissão, Stéphanie Ferreira, afirmou que um dos objetivos do grupo é preparar as representantes para atuarem nos estados. “A reunião é um momento para trocar experiências, conhecer a realidade das mulheres, entender os eixos de atuação da comissão e como ela irá atuar no agro”.
O diretor técnico da Confederação, Bruno Lucchi, falou sobre a missão do Sistema CNA/Senar e a importância das comissões nacionais para discutir temas de interesse do setor agropecuário. “Hoje existem 18 comissões na CNA. Uma das principais funções é receber demandas dos produtores, elaborar, discutir e encaminhar propostas para melhoria do setor”.
A programação da reunião teve oficinas para discutir a realidade das mulheres do setor agropecuário e as estratégias para aumentar a participação feminina nos sindicatos rurais. O consultor da Comissão, Celso Garcia, conduziu os debates.
“Uma pesquisa da Global Women Leaders revela que as mulheres representaram apenas 12% dos cargos de liderança em organizações internacionais entre 1945 e 2023. Existe um grande desafio em todos os setores e no agro não é diferente. É necessário trabalhar essa representatividade das mulheres no sistema”, disse.
Ainda no encontro, a coordenadora de Relações Institucionais da CNA, Maísa Barbosa, deu um panorama da participação das mulheres no poder legislativo brasileiro. “Atualmente 18% do total de parlamentares no Congresso Nacional é representado por mulheres. Diversas deputadas e senadoras estão à frente de comissões e debates importantes para o país”.
A Comissão também discutiu os projetos de lei ou iniciativas dos poderes legislativo e executivo com foco no público feminino importância da aproximação com parlamentares para o avanço de debates que beneficiem as mulheres.
“Mapeamos e identificamos alguns ministérios que possam ter relação com a comissão e algumas secretarias com potencial para articular e definir uma agenda com as representantes”, explicou a assessora técnica da CNA, Kelly Nascimento.
As principais ações previstas pela Comissão são: realizar diagnósticos, apoiar e auxiliar a implantação de comissões estaduais, realizar um encontro nacional de mulheres, criar um programa de fortalecimento de lideranças femininas e representar o sistema em fóruns e eventos.
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Redação: Ana Cláudia Stumm, com informações da Assessoria de Comunicação da CNA
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