Para atualizar os associados sobre a nova regra de classificação de solo e a conjuntura atual do agro, o Sindicato Rural de Não-Me-Toque promoveu no sábado de 15 de julho uma palestra-almoço, na Cantina Italiana Michelangelo, reunindo seus sócios produtores do município sede da entidade e de Lagoa dos Três Cantos e Victor Graeff, extensão de base.
O convidado para abordar os assuntos foi o vice-presidente da Federação da Agricultura do RS (Farsul) e presidente do SR de Ibirubá, o engenheiro agrônomo Elmar Konrad.
Na oportunidade, Elmar comentou sobre a conjuntura atual do agro e do Plano Safra 2023/2024, fazendo uma avaliação dos recursos e condições anunciadas e evidenciando os desafios que vem sendo enfrentados pelos produtores, como os três anos consecutivos de quebras na safra devido às estiagens, os custos de produção elevados e a desvalorização dos preços, causando descapitalização e dificultando a tomada de decisões para o plantio da nova safra.
“A ausência de recursos destinados ao Seguro Rural no Plano Safra deste ano é uma questão que consideramos de extrema importância, principalmente para o nosso estado, onde temos enfrentado tantos problemas nos últimos anos e tivemos grande número de contratações do seguro e do Proagro”, afirmou o vice-presidente.
Além de esclarecer dúvidas sobre o Plano Safra, Konrad trouxe informações sobre as mudanças das regras de classificação de solos, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).
Mais completo, o Zarc agora passa a adotar seis classes (AD1, AD2, AD3, AD4, AD5 e AD6), em substituição aos três tipos de solo anteriores, baseados apenas no teor de argila.
Na nova forma de identificar os tipos de terra, há uma fórmula que envolve a proporção percentual entre argila, silte e areia, correlacionados com a quantidade de água que pode ser armazenada no solo, o chamado índice de Água Disponível (AD). Esse novo método será implementado na safra 2023/24 para a soja, mas, posteriormente, se estenderá para as demais culturas
Na prática, a partir de agora, os produtores serão responsáveis pela coleta de amostras do solo e envio a laboratórios especializados para a realização do teste granulométrico. Com base nos resultados das frações de areia, silte e argila, será possível estimar os valores de Água Disponível (AD) através de planilhas disponibilizadas pelo MAPA ou pelo aplicativo Zarc Plantio Certo da Embrapa. Preenchidos os campos, o sistema retornará o teor de água disponível para enquadramento nas classes de solo, definidas pelo Zarc. A primeira cultura a adotar os novos parâmetros será a soja na safra 2023/24.
Elmar salientou que atender ao Zarc é requisito obrigatório para concessão de financiamentos agropecuários por instituições financeiras, no âmbito do crédito rural e acesso ao Proagro e Proago Mais. Além disso, plantar dentro dos períodos do Zarc também é obrigatório para quem acessa a subvenção federal na contratação de seguros agrícolas, sendo que as seguradoras podem, inclusive, ser mais restritivas nos períodos ou nos tipos de solos aceitos para contratação.
“O Zarc define o melhor momento para se cultivar, indicando probabilidade de perdas na produção para determinada cultura e por município, sinalizando os períodos de semeadura com menor risco climático. Com o novo método de análise haverá melhor indicação do risco ao qual o produtor está exposto”, disse Konrad.
A presidente do SR, Teodora Lütkemeyer, agradeceu aos convidados pela participação: “Como Sindicato, temos a responsabilidade de manter nossos associados informados sobre as atualizações de regras e situações do agro. O momento foi muito proveitoso para esclarecer dúvidas e buscar orientações. Agradecemos ao Elmar que se dispôs a vir aqui repassar seus conhecimentos, e aos produtores que aproveitaram a oportunidade e participaram conosco”.
Após a palestra foi servido almoço aos presentes.
Informações à Imprensa:
Sindicato Rural NMT
Texto: Ana Cláudia Stumm
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