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Movimento SOS Agro e "Tratoraços": Sindicato Rural apoia produtores em mobilizações no Estado

Produtores rurais gaúchos de pequeno, médio e grande porte estão se mobilizando em todo o Estado do Rio Grande do Sul para reivindicar medidas robustas e respostas concretas do governo federal. O Estado, que já vinha sofrendo com problemas climáticos nas últimas safras, foi recentemente atingido por uma série de eventos extremos que prejudicaram ainda mais o agro gaúcho. As chuvas intensas e enchentes de maio, somadas à estiagem dos últimos três anos, devastaram as lavouras e pastagens, colocando o setor em condição crítica.


A insatisfação dos produtores se concentra principalmente na Medida Provisória 1247, apelidada de “Medida da Exclusão”. Segundo eles, a medida impõe muitas barreiras para que acessem os recursos federais, agravando ainda mais a situação.


Além das perdas recentes na produção, os produtores acumularam dívidas ao longo do período de estiagem. Quando finalmente começavam a se reerguer, as chuvas intensas trouxeram novos prejuízos.


Manifestações e Tratoraço

Com o vencimento das dívidas de financiamentos de custeio e investimentos para o plantio da safra de inverno previsto para esta quinta-feira (15), os produtores estão realizando mobilizações em diferentes localidades do estado. A preocupação é de que se as dívidas forem debitadas, muitos ficarão sem condições de plantar a próxima safra de verão, o que afetará a cadeia produtiva.


Organizados pelo Movimento SOS Agro, os manifestos ocorrem de forma pacífica e organizada e tem como objetivo principal chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas e cobrar medidas efetivas do governo para o socorro das dívidas e a reconstrução do setor agrícola do estado.


Entre as principais reivindicações, os produtores pedem o perdão das dívidas para aqueles que sofreram perda total com as enchentes, a prorrogação para os que tiveram danos parciais, a disponibilização de linhas de crédito para reconstrução das propriedades e a concessão de auxílio financeiro para as famílias atingidas.


Os primeiros atos do Movimento aconteceram em Cachoeira do Sul e Rio Pardo, antes ainda da publicação da Medida Provisória em 31 de julho. Na última quinta-feira (8 de julho), ocorreu um "tratoraço" em Porto Alegre, no Parque Harmonia, reunindo centenas de pessoas. Desde então, os "tratoraços" continuam acontecendo em diversas regiões do estado.


Já nesta terça-feira (13) produtores de 15 municípios do norte do RS se reuniram em Tapera, além de autoridades, lideranças regionais, empresas e a imprensa local. Com máquinas agrícolas, faixas e bandeiras, os participantes protestaram na RS-223, no trevo de acesso à cidade. Um telão foi instalado para que os participantes acompanhassem a audiência em Brasília que discutia a situação dos agricultores gaúchos.


O Sindicato Rural de Não-Me-Toque está apoiando todas as ações do Movimento SOS Agro, divulgando os atos e mobilizando a participação dos produtores. A entidade marcou presença em Tapera, através da presidente Teodora Lütkemeyer e de associados dos municípios de abrangência – Não-Me-Toque, Lagoa dos Três Cantos e Victor Graeff.


“Estamos enfrentando situações consecutivas de adversidades climáticas que frustraram nossas safras e tornaram a agricultura e a pecuária insustentáveis. Embora a região norte do Estado tenha sofrido menos com enchentes, tivemos chuvas intensas e ainda os produtores estão lidando com perdas acumuladas pelas secas nas últimas três safras de verão. As medidas propostas até agora não refletem nossa realidade e o campo está clamando por políticas mais eficazes. Como entidade rural, apoiamos as manifestações e vamos seguir em defesa do agro”, afirmou Teodora.


Governo Federal publica decreto

Em resposta às manifestações, o presidente Lula da Silva publicou um decreto nesta terça-feira (13), definindo prazos, juros e descontos para o produtor do RS. A subvenção econômica será concedida para liquidação ou renegociação de parcelas de operações de crédito rural de custeio, investimento e industrialização a produtores que sofreram perdas de pelo menos 30% devido aos eventos climáticos extremos.


Contudo, o decreto não trouxe avanços significativos em relação aos problemas já identificados na MP 1247/2024. Os produtores continuam excluídos dos descontos e da renegociação caso tenham contratado seguro Proagro ou particular, ou para aqueles cujas produções estão fora do zoneamento agrícola. Além disso, os tetos de desconto são considerados baixos, variando de R$ 4.000,00 a R$ 25.000,00, e os prazos de renegociação são considerados insuficientes, com carência de apenas um ano. Outro ponto crítico é a necessidade de aprovação dos "conselhos", sejam eles municipais ou federais, para a concessão dos descontos, o que adiciona mais burocracia ao processo.


Assim, os produtores continuam em alerta exigindo que o governo federal adote medidas mais eficazes e justas para garantir a recuperação do agro no Estado.



 

Por Ana Cláudia Stumm

Sindicato Rural de Não-Me-Toque

Fotos: divulgação própria e internet

Contatos: 54 3332-1621 / sindiruralnmt@dgnet.com.br

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